29 de dezembro de 2013

De José Carlos Peliano

Segue aqui um poema simples mas poderoso de Clarice Lispector, aquele de duas imagens da mesma imagem no espelho, atendendo ao chamado de meu amigo poeta da safra que nunca se quebra:

Não te amo mais
Clarice Lispector
Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

(Obs importante: vale ressaltar que sua leitura é feita de ordem inversa, ou seja de baixo para cima - ocorre duas interpretações distintas conforme o fluxo da leitura)

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