18 de abril de 2012

Bob Dylan, Brasília

Meu ídolo aparece no palco
e o tempo passa a ser o nosso tempo,
insira o toque minimal,
a tela escura que ampara
as repetições encontradas nesse dia.
Surge, insurge e insula juventude
e já serei jovem em meu funeral.
Ele não se faz ídolo, só compõe
os gestos que degeneram a frivolidade.
Ouço algum grito. A quietude
ronda o meu ídolo.
Ele não será de mais ninguém,
de nenhum outra geração.
Para não se romper a frequência
em que ficamos, não se despe,
não se despede ou impede
o encaixotamento das vestes.
Acoito-o nos ouvidos e nos olhos
e ele me acolhe em seu coito.

A Bob Dylan

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