Esqueci se fui o prisioneiro em Palmelo
se minhas mãos entraram em roldanas
e se havia luz ou a sombra a cavalo
enquanto exauria a minha insânia
Esqueci se gritei nas pequenas câmaras
em frente aos frutos de cores inúteis
de sabor inútil na futilidade dos dias
Não me lembro das horas
e se elas não eram horas fúteis
Esqueci se fui o prisioneiro sem número
sem memória entre os irmãos
com os punhos entre as tiras
a testa aferrada às grades
Esqueci se me enfureci aos pulos
se me abandonei alheio entre as fezes
Esqueci se havia um trono, um país
uma cidade a quem queria arbitrar a sanidade
Esqueci-me se fui o amante
da louca das horas limpas
Chamou-me um barão à terra dos milagres
Entreguei meu corpo de gestos inúteis
Visito o ferro fincado num pátio em Palmelo
acaricio-o com as mãos livres
Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
28 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
RETRATO, poema de Antonio Machado
Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...
-
A um olmo seco Antonio Machado A um olmo velho, fendido pelo raio, e pela metade apodrecido, com as chuvas de abril e o sol de maio, saíram...
-
O processo de editoração é dinâmico, também. Os livros de poesia devem se aproximar da visualidade das páginas da internet. Papel que reflit...
-
Se eu e Ronaldo Costa Fernandes soubéssemos que não mais teríamos oportunidade de voltar a encontrá-lo, não ficaríamos ali estáticos na Livr...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Salomão Sousa sente-se honrado com a visita e o comentário