Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
4 de julho de 2010
Poema de Rachel Moura
V I V E R
Massagear teu corpo com meu corpo,
por dentro e por fora, cada centímetro do teu ser.
E com os meus olhos me inundo de prazer
ao olhar o prazer que te ofereço.
Assim percorrer todos os caminhos
indo incansável
e vindo ininterrupta
Sentir o cheiro saindo pelos nossos corpos,
sorver o suor ensandecido de teus poros,
farejar o íntimo de tua alma,
e enfim poder beijá-la.
Experimentar a ideia de que dois podem ser um!
Entre
bocas, pescoços, nucas, seios, braços, virilhas
No movimento de amar e de ser amada
fartar-me de teus favos e não perder a vida
e assim, quando parecer que nossos corpos em êxtase é o fim
será apenas o começo.
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