24 de junho de 2010

AUDEN

Estou sempre preocupado com a poesia, e sobretudo com o meu blog. Um tanto desanimado com a burocracia do FAC, que levou à desclassificação da quase totalidade dos projetos de literatura, ibnclusive de meu livro. Precisamos eliminar a burocracia, pois, caso contrário, será melhor extinguir o projeto, pois a manutenção da máquina acabará mais cara para o cidadão do que o número de obras publicadas, de projetos aprovados. Estou maturando um processo crítico sobre a atuação da Secretaria de Cutura do Distrito Federal no que respeita a administração do FAC, pois, realmente, confundiu todo o meu de campo.

Enquanto isso, a tradução de um poema de AUDEN, a partir de outras versões. Só para sentir as rimas:

FUNERAL BLUES

Parem todos os relógios, o telefone emudeça,
jogue ao cão um osso e ele já não enfureça,
silenciem os pianos e ao toque dos tambores,
à frente do cortejo, o caixão apareça.

Voem em círculo os aviões em total conforto
descrevendo no céu a mensagem: está morto.
No peito das pombas brancas os laços das viúvas
e, os guardas de trânsito, em cor de breu tragam as luvas.

Era meu Leste, meu Oeste, meu Norte, meu Sul,
viveu minhas semanas úteis, meu verde, meu azul,
minha lua, minha meia-noite, minha fala, meu canto;
eu julgava eterno o amor: errei, no entanto.

Não é hora para estrelas; partam todas agora,
esconda-se a lua; desmantelado, o sol vá embora;
despejem o oceano, varram as florestas,
agora, a tudo de bom fecharam-se as frestas.



April 1936

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