O alvo insólito se esconde em abril.
A sólida ferrugem nos fuzis.
Os desamparadas informes
de acolher as arestas do esquecimento.
Ou as raízes da névoa quieta
que barram a procura de alguma porta.
Alguma luta se esconde em abril.
Com a lábia livre, com a alegre
esperteza de iludir a frágil fresta.
O vencimento do tardio ódio,
a fraqueza da reza sem milagres.
Há um ventilar de madureza,
de alguém que talvez nem venha
a entrar nalguma névoa,
a pisar nos gozos de alguma nave.
Montado o palanque. A besta imolada.
A gravidez depois fictícia.
Alguém limpa a ferrugem em abril.
@ Salomão Sousa
Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
Assinar:
Postar comentários (Atom)
RETRATO, poema de Antonio Machado
Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...
-
A um olmo seco Antonio Machado A um olmo velho, fendido pelo raio, e pela metade apodrecido, com as chuvas de abril e o sol de maio, saíram...
-
O processo de editoração é dinâmico, também. Os livros de poesia devem se aproximar da visualidade das páginas da internet. Papel que reflit...
-
Se eu e Ronaldo Costa Fernandes soubéssemos que não mais teríamos oportunidade de voltar a encontrá-lo, não ficaríamos ali estáticos na Livr...
Olá. Sou colega da Beatriz e vi o post dela sobre vc. Fiquei interessada em seu trabalho e vim visitar seu blog. Adorei os poemas, principalmente este, mas ainda há vários para ler. Parabéns!
ResponderExcluirTbm escrevo poesias, mas são coisas mais simples. Bom conhecer outros poetas.
Abraço.
Lara.