Não te sentirás um ramo murcho
se junto às presenças tu respiras
Talvez até te indagues
pelas agitações quando conquistas
Pois honrado fostes desde o primeiro dia
Depois respiras com quem respira
Acendes na pira onde chama o fogo
e muitos gritos são teus convivas
Cuidas sempre de dedilhar a lira
O castelo não é para o desvario
Emerges quando algo se afoga
Dás algo de aurora, algo de folga
se os dias moem e moem contínuos
E buscarás outro pouco de pétala
se emurchece a rosa do primeiro dia
Há o primeiro dia de cardume
e a honradez perfumada dentro dos ossos
Para que não falte ar aos limões
e o cálice de estrume não falte às rosas —
contínuos há os dias de lutares
@ Salomão Sousa
Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
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Salomão Sousa sente-se honrado com a visita e o comentário