11 de outubro de 2007

Ainda que ao desamparo dos rijos esteios
e os tesouros esquecidos dos guias
e — sangrentas — as palmas arquejem
Visitarei

Não destruí as muradas da sorte
Erguem-se para desvio
dos inimigos que possam
trazer as fáceis algemas
Visitarei

Deixei os cântaros da água pro vinho
Enchi de gemas e pedrarias
as paredes amigas do tempo
Harpejos ao visitante nos anúncios da areia
Visitarei

Sempre os arranjos de uma viagem
com arreios de jaez invejável
Contarás onde esquentastes as veias
onde ciúmes deixavas
Visitarei

Ainda que eu chegue com as secas castanhas
e no butim só as façanhas do mofo
Contarás o quanto querias
os pulsos inteiros
Para as festas onde erguestes os salões
Onde achastes os guerreiros
Visitarei

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