Andar animado de orvalho
sem ventres ao lado
com algas roçando roçando
Talvez o sexo ou a agulha
Viajar perto do abismo
dentro de olhares novos
assim perto da palavra
dentro do desejo dos seios novos
Viajar sem conhecer as distâncias
se haverá as palmas dos encontros
com algo na praia
a roçar a roçar
Viajar sem encontrar
Viajar sem desejo
sem abismo sem calhas
O rosto no espelho
Roçar nas homoplatas
no suor escorregadio
sem ruído roçar na fria prata
Estar do outro lado sem viajar
Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
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