Passarei três dias em Bom Despacho (MG), numa feira cultural, a convite do escritor Jacinto Guerra. Participarei de uma mesa de debates de literatura. Retornarei da viagem com os escritores Alaor Barbosa e Napoleão Valadares. Nas horas de repouso, estarei estudando o processo poético com Antônio Cândido, através do livro "O estudo analítico do poema", da editora Humanitas.
Enquanto isso, deixo para os amigos o meu último poema:
Estive com gafanhotos das esquinas
eram de luzes nas folhas de prata
homens disputavam
as decisões do destino
De Anicuns trago novos bordados
e de trilhas da serra
nas roupas gotas de orvalho
Aprendi a fisgar em Aruanã
trago o brilho das fiadas de peixes
Outros trajetos de nuvens
Outros jeitos de ver a nudez
de achar poços nas barras
A caixeta feita com zelo
pus no bornal, em Santa Luzia
Em Palmelo a loucura nos cabelos
De Floripa vêm ripas de gelo
Com feixes de fogo eu estive
braças de bem, esconderijos de sal
Estive nos milagres de Muquém
em esquinas de greves
em disputas de destinos
Sangrei em todas trilheiras
Volto de Anicuns, de Palmíria
das cheias altas, estivas
Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
Assinar:
Postar comentários (Atom)
RETRATO, poema de Antonio Machado
Traduzi para meu consumo o poema "Retrato", do espanhol Antonio Machado. Trata-se de um dos poetas de minha predileção, assim como...
-
A um olmo seco Antonio Machado A um olmo velho, fendido pelo raio, e pela metade apodrecido, com as chuvas de abril e o sol de maio, saíram...
-
O processo de editoração é dinâmico, também. Os livros de poesia devem se aproximar da visualidade das páginas da internet. Papel que reflit...
-
Se eu e Ronaldo Costa Fernandes soubéssemos que não mais teríamos oportunidade de voltar a encontrá-lo, não ficaríamos ali estáticos na Livr...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Salomão Sousa sente-se honrado com a visita e o comentário