Não basta uma safra, senão há a esterilidade. A poesia é meu território, e a cada dia colho grãos em seus campos. (Linoliogravura do fundo: Beto Nascimento
2 de setembro de 2006
Lançamento do livro Ruínas ao Sol
Agradeço a todos que estiveram na Feira do Livro de Brasília para o lançamento do meu livro Ruínas ao Sol, ou que contribuiram na viabilização do livro e na divulgação do evento.
Ainda recentemente, num café com o poeta e romancista Ronaldo Costa Fernandes — amigo especial que está de aniversário —, ele me dizia que se existir um leitor numa cidade, as autoridades dessa cidade tem a obrigação de manter uma biblioteca.
Eu também posso dizer que, enquanto tiver "um" leitor amigo que nos incentive e nos faça companhia na festa de um livro, ainda compensa continuar escrevendo poesia —, ainda tenho a obrigação de continuar buscando novos caminhos para a linguagem poética.
A poesia não tem compromisso só com a emoção, ou com a comunicabilidade imediata com os leitores. Assim como as ruas e as casas precisam dos jardins e de novas mãos de tinta, a língua precisa da tintura da poesia para ampliar as suas vestimentas de beleza. Manoel de Barros diz que a poesia é como a minhoca que dá fertilidade ao solo da língua. Assim, entendo que o poeta tem de continuar a sua missão, mesmo que essa missão pareça a de um louco que fique dando cabeçadas "numa parede calosa e muda", como digo num poema inédito, que sairá no Safra Quebrada, meu próximo livro — será editado até o início do próximo ano em comemoração dos 25 anos de edição de A Moenda dos Dias, nosso primeiro livro.
A POESIA, PARA MIM É UMA MISSÃO COMO A DO FAROLEIRO, DO FERREIRO, DO ESTUDANTE... E UMA MISSÃO PRAZEIROSA, pois sempre somos surpreendidos com construções que julgávamos impossíveis.
E até o lançamento do SAFRA QUEBRADA!!!!!
Foto: apareço com o amigo Wil Prado.
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Salomão Sousa sente-se honrado com a visita e o comentário